Trump usa Brasil como teste de lealdade e põe à prova a confiança nos EUA, diz “The Economist” | Brasil

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O conflito comercial e político entre Brasil e Estados Unidos, criado pelo presidente americano, Donald Trump, é um exemplo de como ele torna o seu país “menos confiável” para os seus aliados à medida que ele flexibiliza discursos sobre soberania e direitos humanos para atender seus interesses, avalia a revista britânica “The Economist”.
“No impasse com o Brasil, Trump está testando até onde pode pressionar um aliado de mentalidade independente e zeloso de sua própria soberania, e até onde pode ampliar sua definição dos interesses dos Estados Unidos”, escreveu a revista, em artigo publicado nesta semana.
Em 17 de julho, Trump publicou em suas redes sociais uma carta de apoio ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, acusado de planejar um golpe de Estado após perder as eleições de 2022.
“Trump, que se identifica com Bolsonaro como um líder autoritário que idolatra Donald Trump, lamentou o ‘tratamento terrível’ que recebeu de ‘um sistema injusto’. Ele passou a atacar os valores democráticos do Brasil, acusando seu governo de um ‘regime de censura ridículo’”, escreve a “The Economist”.
A partir desse momento, a crise escalou até que o presidente americano determinou tarifas de 50% sobre as importações brasileiras. A negociação de um acordo comercial foi, e ainda é, complicada, mas alguns itens ficaram de fora das novas taxas, como o suco de laranja.
“Se os americanos acabarem pagando mais por hambúrgueres para ajudar um amigo de Donald Trump a evitar seu dia no tribunal, eles estarão certos em se perguntar quem está realmente sendo priorizado”, diz a “The Economist”.
Falta de coerência no discurso
A revista britânica afirma que “esperar coerência de Trump em relação à política é, obviamente, tão tolo quanto esperar por sua modéstia em relação a qualquer coisa”, mas ao mesmo tempo, “a definição escorregadia de Trump do interesse americano torna a nomeação de sua política externa um desafio enorme para aqueles que tentaram rotulá-la”.
“O respeito pelos direitos humanos é uma questão incômoda para ele no Brasil, mas não em El Salvador, pela mesma razão que o antissemitismo pode indigná-lo quando identificado na Universidade Harvard, mas não, digamos, em Kanye West. Princípios podem ser úteis como armas em uma luta global totalmente pragmática para punir adversários e recompensar acólitos — em vez de aliados — em busca de um interesse nacional que se tornou inseparável dos próprios interesses do presidente”, afirma a “The Economist”.
A revista aponta para a contradição entre os discursos e as práticas de Trump. O presidente americano, durante o seu primeiro mandato, falou na Organização das Nações Unidas (ONU), em 2018, sobre “o direito de cada nação nesta sala de seguir seus próprios costumes, crenças e tradições” e que os Estados Unidos “não lhe diriam como viver, trabalhar ou adorar”.
Porém, “a devoção de Trump pela soberania é difícil de conciliar com sua demanda pelo Canal do Panamá, sem mencionar o Canadá e a Groenlândia”, aponta a “The Economist”.
“Trump acredita firmemente na diplomacia (quando a conduz) e também na ação militar unilateral (quando está no comando). Ele não retirou a liderança americana do mundo; em vez disso, declarou-se irrestrito para exercer essa liderança onde, quando e como quiser”, diz a “The Economist”.
A revista também destaca que o presidente americano flexibiliza regras e discursos como melhor lhe convém e que isso não é um segredo, visto que ele assume isso em suas falas. “Quando informado em junho que críticos como [o comentarista político e apresentador de TV] Tucker Carlson não consideravam seu apoio a Israel contra o Irã consistente com o ‘America First’, Trump respondeu: ‘Sou eu quem decide isso’”.
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