segunda-feira, novembro 10, 2025
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CIA atualiza e simplifica visão do Brasil em meio à guerra tarifária de Trump | Brasil

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A agência de inteligência dos Estados Unidos (CIA) atualizou nesta semana o seu arquivo público sobre o Brasil, disponibilizado no seu “factbook”, um tipo de almanaque com informações básicas sobre diferentes países. O novo texto traz uma visão muito mais resumida e genérica sobre as informações brasileiras.

O “factbook” da CIA reúne informações básicas sobre 266 entidades mundiais, incluindo detalhes sobre a história, demografia, governo, economia, energia, geografia, meio ambiente, forças militares e questões internacionais.

A nova atualização sobre o “factbook” brasileiro foi feita em meio ao conflito econômico e político causado pelas tarifas impostas ao Brasil pelo presidente americano, Donald Trump. O novo documento se preocupou em atualizar estatísticas relacionadas a indicadores econômicos e geração energética, por exemplo.

Porém, ao se compara com a versão do “factbook” anterior ao mandato de Trump, do dia 02 de janeiro de 2025, é possível observar que informações sobre a estrutura legislativa, militares, de telecomunicação e de transporte foram simplificadas ou se tornaram mais genéricas.

Nas notas de geografia, a nova versão do texto apaga a história de origem da mandioca e do abacaxi.

Anteriormente, o texto afirmava que a mandioca é a sexta cultura alimentar mais importante do mundo, depois do milho, arroz, trigo, batata e soja, e que ela provavelmente se originou na região centro-oeste do Brasil.

Já sobre o abacaxi, era apenas declarado que a fruta é provavelmente nativa da região sul do Brasil e Paraguai.

Na versão do texto anterior ao governo Trump, havia um tópico completo analisando a demografia do Brasil. Esse conteúdo, porém, agora foi retirado da versão mais atualizada, que prioriza em mostrar apenas os dados brutos, que também eram apresentados anteriormente.

No “factbook” anterior, era descrito o declínio da fecundidade no país e suas razões; e o sucesso do Bolsa Família e do programa de aposentadoria pública, que foi responsável por “quase erradicar a pobreza entre idosos.”

O texto antigo também falava sobre como as desigualdades sociais impulsionavam a criminalidade no Brasil, que seria “particularmente violenta em cidades e favelas.”

“Mais da metade da população brasileira é considerada de classe média, mas os níveis de pobreza e desigualdade de renda permanecem altos; as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, mulheres e populações negra, parda e indígena são desproporcionalmente afetadas.”

Para finalizar, o texto falava sobre o Brasil ser um “receptor líquido de imigrantes”, mas que desde a crise econômica da década de 1980, “a emigração para os Estados Unidos, Europa e Japão tem aumentado, apesar de ser insignificante em relação à população total do Brasil. A maioria desses emigrantes é bem-educada e de classe média. Menos camponeses brasileiros estão emigrando para países vizinhos para trabalhar na agricultura.”

A nova versão do documento traz uma descrição bem mais enxuta sobre o contexto militar no país. O texto remove a descrição detalhada sobre a estrutura e as responsabilidades das forças policiais, tanto nacionais quanto estaduais.

A descrição sobre os gastos em Defesa também foi excluída, assim como o tamanho das forças paramilitares.

A atuação doméstica do exército foi resumida, apagando a descrição sobre o seu uso em operações de combate ao narcotráfico, contrabando, crimes, epidemias e grandes eventos. A cooperação com países vizinhos, como Argentina e Paraguai, também foi simplificada.

No texto anterior, a CIA descrevia o papel do Brasil como país de trânsito e destino de cocaína, o alto consumo doméstico e a posição como produtor de precursores químicos.

Esse trecho, porém, foi drasticamente reduzido à frase “grande produtor de precursores químicos”, seguindo a classificação USG adotada pelo governo americano.

Menos problemas ambientais

O novo documento também reduziu as descrições sobre problemas ambientais enfrentados pelo Brasil.

O texto sobre a deflorestação foi simplificado para remover a descrição de como ela “destrói o habitat e põe em perigo uma infinidade de espécies vegetais e animais nativas da área”.

Já no ponto de degradação do solo e poluição da água, ao invés de dizer que elas são “causadas por atividades de mineração impróprias”, o novo texto se restringe em dizer que ela é apenas causada “pela mineração”, sem atribuir um caráter legal sobre a atividade.

O novo “factbook” também exclui as informações sobre qual a participação de recursos florestarias e do carvão no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Definição de Brasília e fatos históricos

O texto atualizado acrescenta uma nova descrição para a origem do nome da capital do país, Brasília. Agora ele a descreve como “a forma latinizada do nome do país”

O texto ainda exclui a informação de que a constituição brasileira foi emendada muitas vezes, com a última emenda tendo sido realizada em 2023.

O novo “factbook” também simplifica a explicação de como funcionam as eleições legislativas brasileiras, além de remover completamente o detalhamento sobre qual a participação de cada partido no Congresso atual. Porém, ele também é mais objetivo ao listar quantas cadeiras tem cada Casa Legislativa e qual o período dos mandatos.

Já sobre a bandeira nacional, a nova versão do documento apaga o passado imperial da descrição ao remover o trecho “na bandeira imperial, o verde representava a Casa de Bragança de Pedro I, o primeiro Imperador do Brasil, enquanto o amarelo representava a Família Habsburgo de sua esposa”.

O trecho sobre o cenário econômico do Brasil sofreu algumas alterações, como a remoção da parte que diz “reformas de simplificação tributária com o objetivo de melhorar as condições de negócios e a produtividade atrasada”, que antes fazia parte da descrição geral.

Essa informação foi substituída pela descrição sobre como aperto monetário possui um papel importante no controle da inflação no país.

Além disso, as notas das agências internacionais classificadoras de risco, Fitch, Moody’s e Standard & Poor’s, foram completamente retiradas do novo texto.

Telecomunicação e transportes

O subtítulo sobre “sistema de telecomunicação” foi completamente removido da nova versão do “factbook”. Anteriormente, o texto trazia uma avaliação geral do mercado de telecomunicações do Brasil, mencionando o 5G, as velocidades de banda larga fixa, a crescente fibra ótica, os cabos submarinos e a dependência de satélites em áreas de vegetação densa.

A seção também continha detalhes específicos sobre o código do país, os pontos de aterragem de cabos submarinos e as estações terrenas de satélite.

Além disso, a nova versão remove as descrições sobre sistema aéreo brasileiro, malha rodoviária, vias navegáveis e dos dutos de petróleo, gás natural e etanol.

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