Michelle falta a evento do agro e participantes pedem: ‘Volta Bolsonaro’

A ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, faltou à 8ª edição do AgroTalk Business que aconteceu na noite de sexta-feira, 8. Apesar da ausência, o clima de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) persistiu e outros nomes alinhados ao bolsonarismo e ao agronegócio prestaram solidariedade a ele. Em um vídeo justificando sua ausência, Michelle afirmou que não pôde comparecer em razão das últimas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito do julgamento da tentativa de golpe de Estado. 

“Não pude ir por razões que vocês sabem”, disse, em referência à prisão domiciliar de seu marido. Na última segunda-feira, 4, o ex-militar foi detido por desrespeitar as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ela também defendeu a importância do agro na economia brasileira e afirmou que ela e sua família são vítimas de uma “uma perseguição”. 

Ao final da gravação, os participantes aplaudiram a liderança e puxaram um “Volta Bolsonaro! Volta, Bolsonaro! Volta, Bolsonaro!”.

O evento, que ocorreu no Rufus Brazilian Steakhouse, no bairro Jardim Europa, Zona Oeste de São Paulo, foi dedicado a valorizar a presença feminina no setor agropecuário nacional. O jantar contou com a presença de mais de 200 pessoas, entre políticos, empresários, exportadores e agricultores. 

Alguns dos presentes eram o vice-prefeito da capital paulista, coronel Mello Araújo; o secretário de agricultura de Araraquara, João Henrique de Souza Freitas; a deputada federal e membra da frente parlamentar do Agronegócio (FPA, Ana Paula Leão (PP-MG); o deputado estadual Lucas Bove (PL-SP); o diretor regional da Ford, Victor coelho e; Carol Paiffer, empresária e influenciadora.

O agro e o tarifaço

Além das tratativas de negócios e networking, o assunto mais recorrente nas rodas de conversa no evento foi o tarifaço do governo americano contra as exportações brasileiras. O setor foi um dos mais atingidos pelo levantamento de barreiras comerciais e, ao passo que muitos produtos agrícolas entraram na lista de isenções, vários itens importantes, como o café e a carne bovina, permanecem sujeitos às novas alíquotas de 50%.   

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) tem uma missão permanente em Washington, cujos esforços têm se concentrado em negociar uma saída para o conflito comercial com os empresários e o governo americano. Segundo a adida agrícola do Mapa em Washington, Ana Lucia Viana, tanto o Itamaraty quanto o Governo Federal e a pasta que ela representa lutam pela inclusão de mais produtos alimentícios no rol de isenções.

“O empresariado dos EUA tem interesse em manter comércio com o Brasil porque nossa produção tem escala e confiança. Tem muitos produtos que eles não produzem internamente, e muitos deles só o Brasil pode fornecer no volume e qualidade necessária”, explica. Também pesa a relação histórica entre os dois países, cujos empresários tem boa relação, nas palavras de Viana. Por isso, ela afirma que é difícil encontrar novos fornecedores de café e tilápia, por exemplo, a tempo de atender o abastecimento interno.  

Visitas a Bolsonaro

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), contou ao Terra que deixou de visitar o ex-presidente em sua casa para vir à São Paulo e participar do evento. Ela está na lista de pessoas autorizadas pelo STF a encontrar Bolsonaro e seus familiares na residência onde a detenção está acontecendo. “Eu e a Michelle somos amigas pessoais, sempre saímos para ir treinar juntas. Eu frequento a casa deles, então decidi fazer o pedido para não mexer muito na minha rotina com ela”, afirmou.

Porém, a decisão do STF que liberou seu acesso à casa só permite que os encontros sejam feitos com dia e hora marcada. Por isso, a ida teve de ser remarcada para a próxima sexta-feira, 15.