segunda-feira, novembro 10, 2025
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Clima volta a pressionar setor de cerveja no Brasil | Empresas

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O clima mais frio, sobretudo no Sul e no Sudeste, voltou a pressionar o setor de cerveja no Brasil e o receio é de novas quedas relevantes de volume no terceiro trimestre. A preocupação ganhou força após um desempenho considerado fraco da produção de bebidas alcoólicas em julho.

Paralelo, a disputa de preços mantém a Ambev no radar. A estratégia da cervejeira de antecipar os reajustes foi apontada por analistas como um dos motivos para a queda de volumes acentuada da empresa no segundo trimestre.

A companhia líder de mercado subiu os preços em meados de abril, enquanto Heineken e Petrópolis fizeram o reajuste em julho e agosto. O IPCA de agosto, com uma inflação da cerveja mais estável, tem sido lido como um alento para a Ambev.

O desafio da indústria de cerveja ficou evidente no segundo trimestre, em que todo o setor viu uma queda de volumes. O clima foi o fator central apresentado pelos executivos para o revés.

A empresa que mais chamou a atenção foi a Ambev, que viu seu volume cair 8,9% no Brasil no trimestre. Essa foi a maior retração na história da empresa, com exceção do primeiro trimestre de 2020, na pandemia. O CEO da Ambev, Carlos Lisboa, disse que o mercado no início de julho havia melhorado. A segunda metade do mês, entretanto, foi de muito frio em regiões importantes, como Sudeste e Sul.

Em julho, a produção de bebidas alcoólicas no Brasil caiu 15,4% na comparação anual, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no início deste mês – os números de produção do grupo Petrópolis não foram divulgados. O IBGE não abre detalhes por produto, mas historicamente a cerveja representa cerca de 90% do portfólio.

Inflação da cerveja começou a se normalizar em agosto, segundo dados do IBGE

“Esse dado não é um número exato do que pode acontecer dentro do trimestre. Mas estamos falando de uma queda de 15%. É uma sinalização clara de que o trimestre pode estar caminhando para ter um dado negativo. Não é a sinalização de melhora gradual que gostaríamos de ver neste momento”, disse Renata Cabral, analista do setor de alimentos e bebidas do Citi.

Já a equipe do BTG destacou que a queda de produção não é, necessariamente, recuo de vendas. “Mesmo assim, uma queda de 15% em todo o setor é dificilmente concebível sem a participação da Ambev, que controla mais de 60% do mercado”, escreveram Thiago Duarte e Guilherme Guttilla.

Segundo os analistas, o último ajuste da companhia em um segundo trimestre havia sido em 2012. “Estamos cada vez mais inclinados a acreditar que isso está afetando os volumes de forma mais séria do que as cervejarias previam”. O banco projeta queda nos volumes de cerveja da Ambev no Brasil de 1,8% no terceiro trimestre na comparação anual.

O cenário de concorrência, entretanto, parece ter começado a se normalizar. Em agosto, a inflação da cerveja em 12 meses foi de 4,5%, uma diferença de 0,6 ponto percentual contra a inflação geral de 5,1%. É fato que o ganho de preços para a bebida ainda está abaixo da média geral, mas essa distância já foi maior: de 1,6 ponto percentual em junho e 2,1 pontos percentuais em maio.

No mercado, os dados de agosto foram vistos como um alento à Ambev, ao mostrar que o reajuste de concorrentes tem começado a surtir efeito, reduzindo assim a desvantagem competitiva.

A disputa por “market share” (participação de mercado) via preço não é nova no setor. No fim do ano passado, o grupo Petrópolis, dono da marca Itaipava, aplicou um amplo desconto no seu portfólio como forma de ganhar mercado e reforçar caixa, em meio ao seu processo de reestruturação.

Hoje, a estratégia da Ambev para sua precificação está no radar do mercado. De um lado, se a empresa repassa preço de uma forma agressiva, perde “share” para concorrentes. De outro, se o grupo resolve segurar os preços, isso se reflete de forma negativa nas margens.

Em nota, a Ambev disse que começou bem o ano de 2025. A antecipação do reajuste, argumentou, veio para preparar o grupo para enfrentar o aumento de custos previstos no segundo semestre. “[O reajuste foi feito] sabendo que isso poderia trazer alguma pressão de curto prazo em volumes. Mesmo assim, a perda de ‘share’ foi muito limitada, na casa de um digito baixo, em linha com os dados Nielsen”, informou.

A Ambev disse ainda que o ano de 2024 teve a temperatura mais alta dos últimos 10 anos, o que gerou uma base de comparação mais desafiadora para a indústria de bebidas em 2025, que está sendo atipicamente mais frio.

Já a Heineken, em nota, disse ter percebido uma desaceleração mais concentrada no consumo fora do lar, impactada pelas temperaturas mais baixas no Sul e no Sudeste e pelo cenário macroeconômico atual. “Ainda assim, temos nosso maior volume concentrado no ‘off-trade’ [mercados], o que nos permite atravessar esse período com menor impacto”.

“Acreditamos no potencial da alta temporada, que historicamente impulsiona o consumo de cerveja, e na agenda de eventos e ativações de marca, como The Town e Fórmula 1, além das celebrações de fim de ano, que tendem a dar o tom da retomada de consumo fora do lar”, informou.

A Petrópolis foi procurada, mas não se manifestou.

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