segunda-feira, novembro 10, 2025
economia

Mudança no Departamento do Trabalho dos EUA traz risco à política monetária, alerta J.P. Morgan | Finanças

17views

[ad_1]

Se a potencial politização do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) foi discutida à exaustão nos últimos anos, o risco de uma politização na coleta de dados da economia não deve ser ignorado, alerta o economista-chefe para Estados Unidos do J.P. Morgan, Michael Feroli. Para ele, a demissão da chefe de pesquisas Erika McEntarfer, do Departamento de Estatísticas do Trabalho (Bureau of Labor Statistics, BLS) dos EUA, na sexta-feira, apresenta riscos à condução da política monetária, à estabilidade financeira e às perspectivas econômicas do país.

“Para usar a analogia de um ‘pouso suave’, ter um painel de instrumentos com falhas pode ser tão perigoso quanto ter um piloto obedientemente partidário”, afirma Feroli em nota enviada a clientes.

O economista alerta para o fato de que não se deve criar a ilusão de que a proliferação de indicadores de “big data” do setor privado na última década possa substituir os dados federais de alta qualidade.

“Em quase todos os casos, esses indicadores são comparados com os dados federais, porque os indicadores do setor privado raramente são representativos em nível nacional. E, como os usuários desses conjuntos de dados sabem, até mesmo pequenas mudanças na participação de mercado dos provedores de dados privados podem distorcer o sinal sobre a economia nacional — um problema que não ocorre com os dados federais”, aponta o economista.

Feroli também faz um alerta relevante do ponto de vista dos mercados financeiros. Ele lembra que o mercado de títulos atrelados à inflação nos Estados Unidos (TIPS, as NTN-Bs americanas) tem tamanho de aproximadamente US$ 2,1 trilhões e é construído sobre uma base de confiança nos dados do índice de preços ao consumidor (CPI), que são produzidos pelo BLS.

“Dessa forma, a integridade desses dados é, no mínimo, tão importante quanto a dos dados de emprego. Aqui, até mesmo mudanças técnicas aparentemente inócuas podem ser importantes. Por exemplo, calcular o CPI usando um conceito de HICP (inflação harmonizada, como fazem os europeus) reduziria cerca de 20 pontos-base [ou 0,2 ponto percentual] da inflação anual”, lembra.

Feroli nota que é improvável que o substituto de McEntarfer assuma o posto antes da divulgação do CPI de julho, que deve ocorrer no mês de agosto.

O economista do J.P. Morgan afirma que, ao se comparar com a renúncia da diretora do Fed Adriana Kugler, a troca no comando do BLS é mais significativa. “O mandato de Kugler expiraria em janeiro e, portanto, como democrata, ela seria efetivamente uma diretora ‘pato manco’ durante todo o outono [no Hemisfério Norte]. Mesmo antes de sua renúncia, [o secretário do Tesouro Scott] Bessent indicou que o processo de entrevistas para seu substituto já estava em andamento. Portanto, sua renúncia pode acelerar um pouco esse processo, mas não deve alterar o resultado final”, conclui.

Michael Feroli, economista-chefe para EUA do J.P. Morgan — Foto: Christopher Goodney/Bloomberg
Michael Feroli, economista-chefe para EUA do J.P. Morgan — Foto: Christopher Goodney/Bloomberg

[ad_2]

Source link

Leave a Response